As investigações sobre a venda casada de suplementos vitamínicos e cartões de crédito por parte de uma rede de drogarias da capital resultou na operação Decipiat Senes, coordenada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). Na manhã dessa segunda-feira (14/10), policiais cumpriram cinco mandados de busca e apreensão em unidades dessa rede, na região central de Belo Horizonte, e nas residências dos proprietários do empreendimento.
“Vários materiais foram arrecadados durante a operação, incluindo celulares e computadores, os quais serão devidamente periciados para concluirmos a investigação”, contou a delegada que coordena o inquérito policial, Elyenni Celida da Silva.
Ainda de acordo com Elyenni, “o objetivo é individualizar condutas de quem estaria ludibriando os consumidores, principalmente idosos, pessoas mais vulneráveis, criando cartão de crédito, dentro da drogaria, sem autorização, e vendendo suplemento alimentar sem o interesse do cliente”.
Investigação
O chefe do Departamento Estadual de Combate à Corrupção e a Fraudes (Deccof), delegado Adriano Moreira, afirmou que a PCMG iniciou as investigações após a formalização de diversas ocorrências apontando a prática irregular. “A Polícia Civil reputou gravíssimas essas denúncias, porque além do comprometimento financeiro das vítimas, também oferecia risco à saúde das mesmas”, acrescentou Moreira.
Uma das vítimas, segundo a delegada Elyenni, relatou que teria ido até a farmácia para comprar um medicamento usual, momento em que foi abordada por funcionários da drogaria que ofereceram aferição de pressão e do índice glicêmico. Após os exames, o idoso foi informado que estaria gravemente doente e prestes a sofrer um ataque cardíaco.
“Os funcionários disseram que o suplemento alimentar, de marca da própria drogaria, seria a solução de todos os problemas para a saúde dele. Não só um frasco, mas diversos, um combo, que fica previamente preparado para entregar aos consumidores”, detalhou a delegada.
Por não ter histórico de doenças graves, a vítima ficou assustada com o diagnóstico, sendo induzida a adquirir o produto, bem como a fazer um cartão de crédito. “Ele não entendeu que estava aceitando o cartão de crédito para pagar aqueles suplementos”, acrescentou Elyenni.
Inicialmente, as denúncias foram encaminhadas ao Procon Assembleia pelas vítimas, que receberam cobranças referentes a essas compras, em média no valor de R$ 1,2 mil, registradas nos cartões de crédito indevidamente gerados.
Decipiat Senes
A operação, intitulada Decipiat Senes, que em latim significa enganar idosos, recebeu esse nome devido ao perfil das vítimas alvo do esquema criminoso em apuração.
As investigações estão a cargo do Departamento Estadual de Combate à Corrupção e a Fraudes, por meio da Divisão Especializada de Investigação aos Crimes Cibernéticos e Defesa do Consumidor, que apuram delitos como constrangimento ilegal, exercício irregular da medicina, estelionato, entre outros previstos no Código de Defesa do Consumidor.
PCMG